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USP retoma matrícula de jovem que havia perdido vaga em avaliação de cotas

O estudante de 17 anos autodeclarado pardo, que havia sido desclassificado após avaliação de cotistas, teve a matrícula deferida pela Universidade de São Paulo (USP).

Glauco Dalilio do Livramento, natural de Cerqueira César, foi aprovado no curso de direito da USP por meio da nota do Provão Paulista e conseguiu a vaga pela política de cotas, já que se autodeclara pardo, mas quase viu o sonho ser interrompido após não ser considerado pardo pela banca de heteroidentificação da universidade.

A família do jovem entrou na Justiça, e o juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara da Fazenda de São Paulo, concedeu uma liminar determinando que a USP reservasse uma vaga para o estudante.

Em sua decisão, publicada na segunda-feira (4), o juiz aceitou o pedido da defesa do estudante e afirmou que a verificação feita por meio de uma foto e uma videochamada “ofende a isonomia”.

O juiz ainda apontou, em sua decisão, que “essa distinção pode mesmo ter prejudicado o autor”, já que “imagens geradas por equipamentos eletrônicos não são necessariamente fiéis à realidade” e que “não se pode mesmo olvidar que o autor é simplesmente filho de pessoa de raça negra”. Ele ainda afirma que “a exclusão do curso universitário poderá implicar prejuízo irreversível”.

A USP tinha o prazo de 72 horas para cumprir a decisão, que cabia recurso. No entanto, segundo a família do jovem, a instituição de ensino entrou em contato e reativou a matrícula do estudante.

Foto: Redes Sociais

This post was last modified on 8 de março de 2024

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