A Operação Jabuti, desdobramento da Lava Jato e que prendeu o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório do advogado avareense Rafael Valim, em São Paulo, na última sexta-feira (23).
A informação foi divulgada pelo vereador Ernesto Albuquerque durante a sessão da Câmara de Vereadores da última segunda-feira (26).
Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam que gestores da Fecomércio do Rio estariam envolvidos em operações irregulares incluindo o desvio de recurso, lavagem de dinheiro e pagamento, com recursos da entidade, de vultuosos honorários a escritórios de advocacia somando mais de R$ 180 milhões.
Rafael Valim é Professor Doutor de Direito Administrativo da PUC/SP, autor de uma série de livros e articulador na defesa do ex-presidente Lula, bem como de outros casos alvos da Lava Jato.
O avareense advoga para a Fecomércio/RJ ao lado de grandes bancas e nomes do Direito Administrativo, como Celso Antônio Bandeira de Mello, José Carvalho Filho, entre outros.
A busca e apreensão foi duramente criticada, em nota, o Instituto dos Advogados Brasileiros denunciou e repudiou o ocorrido, o qual classificou como “impensável”, mesmo na ditadura militar.
“Vivemos um momento de grande dificuldade para a administração da justiça e para o exercício da advocacia. Mas são os advogados que têm o monopólio da representação dos cidadãos perante o Judiciário. E é por isso que essas prerrogativas são vitais. Mesmo no período da ditadura militar, era impensável que um agente de polícia invadisse um escritório de advocacia para violar os arquivos. Hoje, juízes autorizam a violação da comunicação pessoal entre o advogado e o cliente e determinam busca e apreensão nos escritórios de advocacia”.
Procurado por Avaré Notícias Rafael Valim preferiu não dar declarações para evitar prejuízos a sua defesa.