O Ministério Público do Estado de São Paulo, através da Subprocuradoria Geral de Justiça Jurídica – Crimes de Prefeitos – denunciou o prefeito de Avaré, Joselyr Benedito Costa Silvestre (Jô Silvestre), sua irmã Michele Roberta Costa Silvestre, o ex-prefeito Joselyr Benedito Silvestre, pai do prefeito, e Eunice Aparecida da Costa Silvestre, mãe do prefeito, por lavagem e ocultação de bens, direitos e valores.
Na denúncia, o procurador de Justiça João Antonio Bastos Garreta Prats narra que de julho de 2006 até o momento, Joselyr, Jô e Michele Roberta ocultaram e dissimularam a origem e a propriedade de bens e valores provenientes de crimes contra a Prefeitura de Avaré.
Ainda segundo a denúncia, em razão de sua função como ex-prefeito, Joselyr Silvestre foi condenado pela prática de crimes contra a administração pública em 23 ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, o que teria motivado os bens adquiridos e ocultados.
“Condenado por diversos crimes contra a Administração Pública e atos de improbidade administrativa que poderiam ensejar o confisco e perda de bens amealhados ilicitamente, além do pagamento de multas, Joselyr Silvestre agindo previamente ajustado com seus familiares, inclusive seu filho que é o atual Prefeito Municipal de Avaré, Joselyr Costa Silvestre, decidiu ocultar a origem e a propriedade de seu patrimônio, praticando delitos permanentes”, diz trecho do documento.
Os promotores do MP relatam que os irmãos Jô e Michele adquiriram, em 2006, uma propriedade rural pagando o valor de R$ 2,8 milhões. Os pagamentos foram realizados com R$ 1 milhão a vista e 12 parcelas de R$ 180 mil.
O Ministério Público verificou que os negócios feitos pelos irmãos foram realizados quando tinham pouca idade (ele com 23 e a irmã com 27) quando possuíam baixa renda própria. Além disso, as matrículas foram registradas em nomes dos compradores somente em janeiro de 2013, seis anos após o pagamento.
Ainda na denúncia, logo após vencer as eleições de 2016, Jô passou o imóvel para uma empresa agropecuária, recentemente aberta e como sócias a mãe e a irmã.
O Ministério Público destaca ainda que Jô e Michele retiraram-se da sociedade e deixaram Eunice, sua mãe, como única proprietária da empresa e da propriedade rural.
O responsável pela venda da propriedade afirmou que não houve pagamento à vista na compra, mas sim de alguns valores, depositados em conta e efetuados por Joselyr Silvestre, através de depósitos de altos valores.
“Portanto, Joselyr Benedito comprou o bem e o registrou em nome dos filhos para ocultar sua origem ilícita, oriunda de crimes contra a Administração Pública”, destaca o MP, ressaltando que o efetivo comprador da Fazenda Barra Grande é Joselyr Benedito Silvestre.
ENTENDA O CASO
Em 01/07/2006 Jô e a irmã Michele, com 23 e 27 anos, compram varias propriedades rurais, que formariam uma única fazenda. Questionados pelo MP os irmãos afirmaram que os valores seriam provenientes das rendas do supermercado Mult Serv Ltda.
Segundo o MP a empresa, criada em 2001, possuía capital social de R$ 30 mil. Com autorização judicial o sigilo fiscal quebrado apresentou resultado surpreendente.
Segundo a Receita Federal a empresa não teve nenhuma movimentação no período próximo da compra da fazenda. Inclusive constando declaração de inatividade durante o ano de 2005.
Ainda segundo o MP, Michele e Jô não justificaram os valores pagos pela fazenda, ficando claro que não tinham lastro financeiro para comprar do bem.
Pouco antes de Jô Silvestre assumir a Prefeitura de Avaré, em 13/12/2016 é constituída a empresa Barra Grande Agropecuária Ltda nos nomes dos irmãos Jô e Michele Silvestre e de Eunice da Costa. Após 13 dias, em 26/12/2016, as fazendas foram transferidas para essa empresa.
Já em 26/01/2017 Jô e Michele retiram-se da sociedade e em 23/05/2019 a empresa passa para empresa individual de responsabilidade limitada apenas com Eunice como titular.
Versão dos acusados
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Avaré, que deveria falar por Jô Silvestre, informou que “só trata de assuntos ligados diretamente à Prefeitura. Situações de ordem pessoal e alheias à função pública devem ser tratados diretamente com os mencionados”.
Eunice da Costa disse, por telefone, que não iria comentar as acusações do Ministério Público e que as perguntas deveriam ser direcionadas ao ex-Prefeito, Joselyr Benedito Silvestre, e para seus advogados.
A ex-primeira-dama não soube informar se é a única proprietária da empresa Barra Grande Agropecuária, nem o telefone de contato de seu advogado.
Joselyr Silvestre disse que a função do MP é acusar e que se fosse ocultar bens esconderia no Paraguai ou no Mato Grosso e não em Avaré. O ex-prefeito também disse que “se tiver que pagar, irá pagar”.
Já o advogado de Michele Silvestre não atendeu as ligações feitas ao seu telefone celular e no escritório.
Avaré Notícias está à disposição dos citados para entrevistas e direito de resposta.
This post was last modified on 12 de dezembro de 2019
Comentários (2)
AVARÉ…vai de ré…!!! Pode não saber soletrar o nome, mas fazer dinheiro o cabra é bão….!!!!
Que coisa em muito estranho essas transações isso deve sim ser bem esplicado para sociedade