Preparadas para quem deseja conhecer, pesquisar, estudar e debater a história de Avaré, as oficinas de História, novo programa da Secretaria Municipal da Cultura, serão ministradas nos próximos dias 25 e 26, no Museu Municipal Anita Ferreira De Maria.
Com duas horas de duração e vagas limitadas, esta oficina terá como pauta “Maneco Dionísio – o paladino do Rio Novo”, a fim de expor detalhes sobre a trajetória do educador, jornalista e político, um dos pioneiros de Avaré. Fará a exposição do assunto o pesquisador e cronista Gesiel Júnior, autor do livro “Maneco Dionísio – Biografia de Manoel Marcellino de Souza Franco (1851-1930)”.
A oficina está programada em dias e horários diferentes: na segunda-feira, 25, será das 14h às 16h; e na terça-feira, 26, das 19h30 às 21h30, para facilitar a participação do público. Ao todo, são doze vagas para cada turno e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas na Secretaria da Cultura, pelo telefone 3732.5057 ou diretamente no Museu, aberto de segunda a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h.
“As oficinas de História foram pensadas para oferecer aos avareenses e a todos que apreciam o assunto a oportunidade de conhecerem as origens da cidade e seus personagens de maneira livre e participativa”, explica o professor Theodoro Neto, diretor do Museu.
Maneco Dionísio
Manuel Marcelino de Sousa Franco, conhecido como Maneco Dionísio (Limeira, 2 de junho de 1851 — Avaré, 23 de maio de 1930), foi um político, jornalista, pioneiro, pesquisador, memorialista e religioso. Estabeleceu-se em Avaré, então denominada Rio Novo, em 1864.
Filho de Dionísio José Franco que chegou com a comitiva do major Vitoriano de Sousa Rocha, o fundador de Avaré. Em 1864, com a mulher Gertrudes de Freitas, (Dona Tudinha) e os filhos José, Manuel, João e Sebastião instala-se na rua Sete de Setembro (atual rua São Paulo) no centro do povoado, quando existiam apenas dez casas habitadas.
Mestre-escola, ele inicia a sua extraordinária carreira ainda adolescente. Em 1867, integra a Junta Administrativa do Patrimônio de Nossa Senhora das Dores do Rio Novo. Em 1875 com muita luta conseguiu a instalação da Vila e assume a função de primeiro diretor da Câmara de Vereadores.
Funda o primeiro jornal em 1888 – O RioNovense – em cujas páginas defende a mudança do traçado da estrada de ferro, que originalmente foi projetada para passar longe do Rio Novo (antigo nome de Avaré). Convence as autoridades provinciais a alterar o projeto e assim Avaré cresce com a chegada (31 de março de 1895) da ferrovia.
Como católico fervoroso e monarquista convicto funda e dirige a primeira instituição cultural de Avaré, o Gabinete de Leitura. Em 1891 foi expulso da cidade pelos republicanos. Entretanto em sua volta teve recepção triunfal e merecida.
Pesquisando sobre as origens de Avaré e de Itaí, publica livro sobre o carvão de pedra, onde fala sobre a existência de jazidas carboníferas na região. Seu nome figura entre os dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Culto e estudioso trabalha como tabelião e advogado, mas é eleito por vários anos seguidos provedor das Irmandades de Nossa Senhora das Dores e de São Benedito.
Fundador da primeira Conferência Vicentina de Avaré em 1897, Maneco, três anos depois, viaja pela Europa e, em Roma, é recebido pelo Papa Leão XIII.
Agricultor, em 1904 é convidado a dirigir o Banco de Custeio Rural de Avaré. Colabora na fundação do Hospital São Vicente de Paulo, para onde pede e recebe o apoio das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Nessa época encontra-se com a fundadora da congregação, Madre Paulina, a primeira Santa do Brasil.
Maneco Dionísio morre em Avaré, aos 79 anos, no dia 23 de maio de 1930.