A Fundação Nacional do Índio iniciou uma operação para entrar em contato com a tribo indígena Korubo, que residem no sul do Amazonas. O grupo, que vive isolado na selva e na beira do rio Coari, está sob risco de um massacre. O motivo seria um conflito com os Matis, outra tribo que habita na região.
Um grupo de indigenistas deixou a base da vigilância da entidade no rio Ituí, na terra indígena Vale do Javari, na manhã do último domingo (3). O objetivo principal da missão é evitar conflitos entre os dois povos.
Os Korubo reivindicam o direito à terra próxima ao rio Coari e têm entrado em confronto com os Matis. Esses indígenas são conhecidos por “índios caceteiros” por não usarem arco e flecha, mas bordunas e cacetes para matar animais maiores em confrontos corporais.
Junto com os funcionários da entidade, participam do esforço seis índios Korubo que tem familiares isolados e podem ajudar na aproximação.
A operação de contato foi discutida no final do governo de Dilma Rousseff, planejada no governo de Michel Temer. Agora, a ideia foi desencadeada porque os Matis voltaram a alertar a Funai, por meio de uma carta à presidência do órgão, sobre o risco de confronto com os Korubo.
Em 2014, um choque entre as duas etnias deixou dois Matis mortos e um número indeterminado de vítimas entre os Korubo. Em julho de 2018, técnicos da Funai perceberam a possibilidade de um novo encontro, com aproximação de menos de um quilômetro entre as duas tribos.
O gasto inicial da expedição será de R$ 250 mil, mas pode chegar em um ano a R$ 816 mil se tudo sair como o planejado.
A Funai enviou uma equipe de aproximadamente vinte e cinco integrantes e terá o apoio da Polícia Federal (PF), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas e do Exército. Além disso, o Ministério Público Federal e outras organizações indígenas da região foram informados da missão.
Por Tainá Ferreira
This post was last modified on 7 de março de 2019