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Flávio Zandoná assume erro em fala homofóbica e se complica na Comissão Processante

Em depoimento a Comissão Processante (CP) que investiga a quebra de decoro parlamentar, o vereador Flávio Eduardo Zandoná, assumiu que errou ao pronunciar frase considerada homofóbica na tribuna da Câmara de Avaré.

Visivelmente nervoso, Zandoná leu com extrema dificuldade uma carta onde assumiu o erro e pediu a retirada da frase “enquanto as gazelas se manifestam a caravana passa”. Mesmo reconhecendo o erro, o vereador disse que não é homofóbico e que um erro não deveria tira-lo do parlamento.

“Acabei por errar, fiz uso de palavra inapropriada no afã de minhas manifestações, acabei, supostamente, por ofender um cidadão sem intenção alguma e determinantemente me redimo, retiro minhas palavras, porém, digo, reiterado por minhas testemunhas, não sou homofóbico”, diz trecho da carta lida por Zandoná.

Após a leitura da carta, os membros da comissão procuraram esclarecer pontos do texto que foram lidos pelo vereador. O parlamentar muitas vezes se confundiu com as repostas e foi contraditório. Ao ser questionado se voltaria a pronunciar a frase investigada, Zandoná respondeu que não falaria.

O vereador se negou a responder a diversas perguntas feitas pelos membros da comissão, Hidalgo de Freitas (membro) e Luiz Claudio da Costa (relator). A falta de respostas causou uma discussão entre o relator e a advogada que representa o parlamentar. As perguntas não respondidas foram registradas na ata do depoimento.

Zandoná insistiu que outros vereadores também poderiam errar e sutilmente pediu clemência aos membros da Comissão. A duração do depoimento, que passou de uma hora, também incomodou o vereador. Em um dos momentos, Zandoná apontou para o relógio, dando a entender que estava com outro compromisso agendado.

O caso

Flávio Zandoná foi denunciado por quebra do decoro parlamentar ao proferir a frase “enquanto as gazelas se manifestam a caravana passa” na tribuna da Câmara ao responder as criticas pelos votos recebidos pelo candidato a deputado apoiado pelo vereador.

Ainda durante o seu pronunciamento na Palavra Livre, Zandoná disse que todos sabiam a pessoa endereçada a crítica. O cidadão Paulo Proença, que postou criticas ao desempenho do vereador para conseguir votos, se sentiu ofendido e apresentou denúncia no Legislativo e na Justiça.

Durante o depoimento, questionado sobre a fala, Zandoná não soube explicar a quem encaminhava as críticas proferidas.

Terminada a fase de depoimentos, a CP aguarda manifestação da defesa do vereador para apresentar o relatório final, que será apreciado pelos vereadores. Se confirmada a quebra do decoro, Zandoná perde o mandato de vereador e os direitos políticos, ficando impedido de participar das próximas eleições.

Outo lado

CARTA ABERTA À IMPRENSA

DIREITO DE RESPOSTA SOBRE REPORTAGEM DO JORNAL “AVARÉ NOTÍCIAS”

Uma resposta esclarecedora aos fatos apresentados na edição de 27 de setembro de 2023

É com grande responsabilidade e compromisso com a verdade que venho por meio desta Carta Aberta à Imprensa e à população em geral, respaldado no que me assegura a Constituição Federal, em seu inciso V e na Lei nº 13.188/2015 e no exercício do meu direito de resposta, apresentar a minha versão em relação à matéria veiculada na edição do Jornal “Avaré Notícias”, no dia 27/09/23, intitulada “Flávio Zandoná assume erro em fala homofóbica e se complica na Comissão Processante”.

Entendo a importância do jornalismo imparcial e responsável e que a liberdade de imprensa seja um pilar fundamental de nossa Democracia; entretanto, também é essencial garantir que informações precisas, justas e verdadeiras cheguem aos leitores, para que possam tirar as suas próprias conclusões acerca de determinados fatos.

Em resposta a esse artigo, tenho a informar o que segue: Obviamente eu estava bastante nervoso e ao realizar a leitura de uma carta em minha defesa, tive dificuldades, pois ali se tratava de uma longa vida pública, onde pessoas me confiaram um poder para representá-las junto ao Parlamento. Ali não estava apenas em questão a possibilidade de perda do mandato, mas a minha história de vida pública, já no segundo mandato, respeitando e ouvindo a população avareense.

Para mim, é extremamente dolorido, após tantos anos de dedicação à vida pública, muitas vezes renunciando ao convívio familiar, ter o meu nome envolvido de forma agressiva, em uma questão tão séria e urgente quanto a homofobia.

Todos os que me conhecem e comigo convivem, sabem da minha índole e do meu comportamento, tanto na vida pública quanto na vida privada, onde sempre procurei pautar-me pela ética, moral e princípios de justiça e respeito a todos.

Minha reputação ilibada me dá o direito de me defender de acusações tão graves.

Neste momento me vejo acusado por uma pessoa, e aqui coloco no singular, pois apenas uma única pessoa me faz acusações gravíssimas relacionadas a questões homofóbicas. Vejam só… apenas uma pessoa, dentre tantas centenas que me conhecem e em mim confiam, apenas esta pessoa me acusa de tal crime. Não me sentir desconfortável e bastante nervoso seria não me preocupar com tantos anos de dedicação a essa cidade e com a opinião dos meus amigos aos quais represento.

Tenho medo sim, mas não de perder o cargo de vereador, apesar de este ser bastante importante para mim, mas o medo maior é de sair da vida pública de forma injusta, depois de tanto ter contribuído para esta cidade, principalmente por saber que a acusação que me faz essa pessoa, nada tem de verdadeira.

Na matéria acima destacada, onde se ventila sobre eu ter assumido erro em fala homofóbica, informo que, realmente, concordei que a fala naquele momento na tribuna da Câmara, em descontrole emocional, proferi uma única palavra que ensejou toda essa questão. Ora, além de edil, representante do povo que me escolheu para representá-los, sou um ser humano, e como tal não tenho a pretensão de ser perfeito, e nesta mesma condição, sei admitir quando cometo erros.

Não pretendo justificar a minha palavra proferida de modo inadequado, pois realmente foi um erro, mas daí a me considerar um criminoso, homofóbico e inadequado para participar da vida pública é uma tremenda injustiça.

Um dos questionamentos que faço acerca dessa matéria veiculada é: porque a imprensa, tão importante na busca da justiça, não fez nenhum artigo referente aos meus tantos apoiadores, homoafetivos e heteroafetivos, quando do momento de seus depoimentos naquela mesma Casa?

A única coisa que me vem à mente é que essa foi uma matéria tendenciosa por parte dessa mesma imprensa, pois esses depoimentos favoráveis não gerariam tanta audiência quanto uma informação dada de maneira inadequada.

Dessa forma, diante do prejuízo que a matéria me causou, e do comportamento de parte da imprensa avareense, informo que essa Carta será encaminhada aos representantes municipais e estaduais da Associação Paulista de Imprensa.

Afinal, informo que sou um opositor ferrenho de qualquer tipo de discriminação, seja ela de raça, cor, religião, sexo etc. e que sempre me coloquei ao lado de pessoas que sofram qualquer tipo de preconceito, ressaltando que os vereadores da Câmara Municipal de Avaré sabem desse meu comportamento, portanto, tenho a convicção de que não terei os meus direitos cassados por questões políticas, de forma injusta por aquela Casa.

Flávio Eduardo Zandoná

This post was last modified on 28 de setembro de 2023

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