Com críticas à Secretaria da Cultura, Orquestra Filarmônica da USP Brilha em Avaré

Em evento marcado por uma dura crítica contra a Secretaria de Cultura de Avaré, a Orquestra Filarmônica da Universidade de São Paulo (USP) se apresentou na noite de sábado (1°) no Santuário Nossa Senhora das Dores. A audição foi realizada pelo Projeto Cordão, em parceria com a Faculdade Eduvale.

Na abertura da apresentação o advogado Rafael Valim afirmou que a Prefeitura de Avaré sequer respondeu aos contatos para a vinda da orquestra para se apresentar na cidade. O jurista pediu o resgate da Secretaria da Cultura, destacando a tradição de Avaré nas artes e a proximidade das eleições municipais.

O concerto, de número 195 da filarmônica, lotou as dependências do Santuário e contou com interpretações de composições de Pixinguinha, Heitor Villa-Lobos e Francisco Mignone. O evento teve ainda como convidado o solista João Camarero. O músico viveu em Avaré, iniciou os estudos aos 8 anos e é hoje um dos principais nomes do violão no Brasil.

Ainda antes do início da apresentação, o maestro Rubens Russomanno Ricciardi falou sobre a importância do apoio do Poder Público na educação e arte. No programa da apresentação, distribuído para os presentes, não contou com a menção de apoio da Prefeitura de Avaré. A apresentação anterior, realizada em São Carlos, contou com apoio da prefeitura local, assim como no programa da apresentação em Porto Ferreira, no dia 24 de maio.

No belíssimo Santuário, e com excelente acústica, os presentes puderam ouvir os músicos da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto. A apresentação, que durou 50 minutos, também foi dedicada ao Padre Bruno Oliveira, que por motivo de saúde não pôde comparecer. O pároco foi destacado como fundamental apoiador da apresentação na cidade.

A plateia contou com um público diverso. Pessoas de todas as idades, e religiões, compareceram a igreja Matriz de Avaré. Muitas pessoas ficaram impossibilitadas de ver os músicos em ação devido as colunas do elegante santuário. Esse problema levantou outra questão importante na cultura local: a falta de um espaço adequado para apresentações de música, teatro e dança.

O acanhado Teatro Municipal Doutor Octávio Morales Moreno está fechado desde 2011 e até o momento não há nenhuma obra no local. Mais de 50% do orçamento da Secretaria da Cultura vai para a contratação dos shows para a Emapa (Exposição Municipal Agropecuária de Avaré).