Em meio às polêmicas, trio comanda Câmara de Avaré
Os bastidores do Legislativo de Avaré andam bastante movimentado. No meio da confusão estabelecida três vereadores tem comandado a Câmara e realizado decisões polêmicas.
Flávio Zandoná, Roberto Araujo e Ana Paula de Godoy são os parlamentares que decidem as principais demandas da Casa de Leis. O trio compôs a Mesa da Câmara no atual biênio (2023-2024) e também fizeram parte nos dois primeiros anos da atual legislatura (2021-2022).
Flávio Zandoná e Ana Paula se elegeram fazendo oposição a Jô Silvestre, mas mudaram de lado logo após eleitos. Roberto Araujo sempre foi partidário ao prefeito e segundo interlocutores do Legislativo é o principal nome na coordenação das ações da Câmara.
Outros dois personagens se destacam na trama da Câmara de Avaré. Colocada como diretora administrativa do Legislativo, Ádria de Paula e o consultor jurídico Frederico Poles protegem e embasam as decisões tomadas, sem dar espaço para a argumentação de vereadores contrários as decisões.
Os dois atuam mais como protetores da Mesa e do grupo da situação, do que trabalham para articular e orientar juridicamente todos os vereadores eleitos.
Entre as polêmicas medidas adotadas está o indeferimento de projetos de lei nas Comissões. Geralmente projetos protocolados por vereadores da oposição nem chegam a ser discutidos no plenário e são barrados na Comissão de Constituição Justiça e Redação.
As constantes mudanças no Regimento Interno da Câmara também tem incomodado os vereadores da oposição. A falta de poder do presidente, vencido pelo voto da maioria dos membros da Mesa Diretora, sob a batuta do trio, levou a condição insustentável dos trabalhos legislativos.
Outra medida adotada foi o fim do sorteio da Palavra Livre, que agora adota ordem alfabética para decidir quem se pronuncia primeiro e por último nas sessões ordinárias. A mudança prejudicou a vereadora Adalgisa Ward. Crítica do governo de Jô Silvestre, a vereadora é sempre a primeira a falar, deixando a retórica para os vereadores da situação.
Outra alteração na atual Legislatura é a possibilidade da Diretora da Casa, Ádria de Paula, fazer as leituras dos trabalhos das sessões ordinárias e extraordinárias. A atribuição sempre foi exercida pelo 1° secretário da Mesa e agora fica a cargo da Diretora.
Nunca o Legislativo de Avaré lidou com tantas mudanças. Pela primeira vez o Consultor Jurídico (Frederico Poles) e a Diretora (Ádria) acompanham as sessões de dentro do Plenário, participando ativamente das decisões do presidente. Em uma das sessões realizadas em 2023 foi possível ver a diretora se estranhando com uma das servidoras de carreira mais antiga da Câmara de Avaré.
A força dos três vereadores ficou ainda mais clara com o pedido de destituição do presidente da Câmara, Leonardo Pires Ripoli. O vereador teve que recorrer a Justiça para se manter no cargo. Pressionado e sem poder de comando Ripoli saiu do comando do Legislativo e passou a integrar a bancada da oposição.
O poder da maioria dos membros da Mesa, em detrimento do cargo de presidente, deixou confuso quem acompanha os trabalhos Legislativos. As decisões são tomadas pela maioria, mas o julgamentos das contas pelo Tribunal de Contas, leva apenas o nome do Presidente.
O atual grupo de vereadores já entrou para a história como um dos mais ineficientes da história de Avaré. Somente em 2023 pelo menos seis sessões ordinárias deixaram de ser realizadas por decisões da Mesa Diretora.
As cenas do próximo capítulo estão marcadas para a segunda-feira (22) em dois atos. As 9 horas na sessão extraordinária e as 19 horas na sessão ordinária.