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Câmara Municipal de São Paulo cassa vereador por fala racista

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, com um total de 47 votos a favor, a cassação do mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) devido às declarações racistas proferidas em maio do ano passado, durante a CPI dos Aplicativos. Houve também 5 abstenções e nenhum voto contrário à cassação. Como resultado, o vereador Dr. Adriano Santos (PSB) assumirá a vaga deixada por Cristófaro.

No áudio vazado, o vereador declarou: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.

Este é um caso pioneiro em São Paulo, sendo a primeira cassação de um vereador por racismo na cidade. Apenas outros dois casos de cassação ocorreram na Câmara Municipal, em 1999, relacionados ao escândalo conhecido como “Máfia dos Fiscais”, envolvendo Vicente Viscome e Maeli Vergniano.

Para a cassação do mandato, eram necessários 37 votos a favor. A Câmara Municipal possui 55 vereadores, e somente Camilo Cristófaro (Avante), Ely Teruel (Podemos) e Luana Alves (PSOL), autora da denúncia, não participaram da votação.

A defesa de Cristófaro alegou que sua fala não tinha a intenção de ser racista e não buscava ofender. O advogado Ronaldo Andrade argumentou que a declaração foi feita durante uma conversa com um amigo de longa data, dentro de um carro, enquanto Cristófaro participava remotamente de uma sessão da Câmara. Andrade classificou a fala como “infeliz” e contestou a necessidade de cassação.

Camilo Cristófaro estava em seu segundo mandato consecutivo na Câmara Municipal, sendo eleito em 2016 com 29 mil votos pelo PSB e reelegendo-se quatro anos depois com cerca de 23 mil votos pelo mesmo partido.

O suplente do PSB, ex-PM Adriano Santos, ocupará a vaga na Câmara após ter obtido 5.813 votos na eleição de 2020 (enquanto Cristófaro teve 23.431). O primeiro suplente do partido, Masataka Ota, faleceu em 2021. Santos já assumiu o cargo no ano passado durante uma licença do colega Eliseu Gabriel (PSB).

Avaré

Em Avaré, a Câmara analisa um pedido semelhante. O vereador Flávio Eduardo Zandoná é acusado de homofobia após dizes uma frase ofensiva durante a sua palavra livre.

O cidadão Paulo Proença se sentiu ofendido com a frase e entrou com denúncia na Câmara e na Justiça. A fala seria uma resposta a postagens na rede social que criticavam o desempenho do candidato do vereador nas eleições.

Durante depoimento na CPI que investiga o caso, uma testemunha de defesa chegou a reconhecer que o parlamentar foi infeliz na sua fala. A Comissão Processante deve recomendar a perda do mandato de Zandoná. O caso será decidido no plenário.

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