Brasil brilha no Festival de Berlim: O Último Azul recebe Urso de Prata
O cinema brasileiro conquistou mais um importante reconhecimento internacional com a premiação do longa-metragem O Último Azul, de Gabriel Mascaro, no Festival Internacional de Cinema de Berlim. O filme foi agraciado com o Urso de Prata, a segunda mais importante premiação do evento, além de receber o Prêmio do Júri Ecumênico e o reconhecimento dos leitores do jornal Berliner Morgenpost.
Reconhecimento internacional para o cinema brasileiro
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a conquista e ressaltou a relevância do prêmio para a indústria cinematográfica nacional. “Esta conquista é uma prova de que o cinema nacional possui uma identidade forte e inovadora, capaz de dialogar com públicos de todos os cantos do mundo. É inspirador ver nossas histórias ganhando visibilidade e abrindo portas para novas narrativas”, destacou.
A vitória de O Último Azul soma-se ao recente Globo de Ouro de Fernando Torres por sua interpretação em Ainda Estamos Aqui. Além disso, o Brasil segue em alta no cenário cinematográfico, com o filme de Walter Salles na disputa pelo Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme de Língua Estrangeira e Melhor Atriz.
Sobre o filme premiado
Dirigido por Gabriel Mascaro, O Último Azul é uma coprodução entre Brasil, México, Chile e Holanda. O elenco inclui renomados atores como Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo, Rosa Malagueta, Clarissa Pinheiro e Dimas Mendonça.
A trama se passa em uma Amazônia distópica, onde o governo impõe medidas extremas, incluindo o deslocamento forçado de idosos para colônias isoladas. A história acompanha Tereza (Denise Weinberg) em sua jornada para realizar um último desejo, simbolizando resistência e esperança diante das adversidades.
Discurso de agradecimento
Durante a premiação, Gabriel Mascaro agradeceu à equipe e destacou a importância da parceria criativa para a concretização do projeto. “Estou muito feliz e honrado por estar aqui. Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam neste festival. O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida”, declarou.
Outros destaques brasileiros no Festival de Berlim
Além de O Último Azul, o documentário Hora do Recreio, de Lucia Murat, recebeu Menção Especial do Júri Jovem na Mostra Generation 14+. O filme, apoiado pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), conquistou diversos prêmios no festival.
A produção Arame Farpado, de Gustavo de Carvalho, também se destacou, sendo realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo no município de Paraguaçu Paulista (SP), onde o setor audiovisual recebeu um investimento de R$ 298.607,00.
Outras produções brasileiras selecionadas para a 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim incluem:
- A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo [Generation Kplus]
- Ato Noturno, de Márcio Reolon e Filipe Matzembacher [Panorama]
- A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert [Berlinale Special]
- Cartas do Absurdo, de Gabraz Sanna [Forum Expanded]
- Zizi (ou oração da jaca fabulosa), de Felipe M. Bragança [Forum Expanded]
- De Menor, de Caru Alves de Souza [Generation 14+ Special Screening]
- Anba dlo, de Luiza Calagian [Berlinale Shorts]
- Atardecer en América, de Matías Rojas Valencia [Generation 14+]
- Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna [Forum Special]
- Muito Romântico, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn [Forum Expanded Anniversary]