Regional

Arquidiocese de Botucatu proíbe celebrações de missas tridentinas

Botucatu, 23 de fevereiro – A Arquidiocese de Botucatu proibiu a celebração de missas tridentinas em todas as 47 paróquias sob sua jurisdição, distribuídas em 20 municípios. A determinação foi divulgada em uma carta oficial assinada pelo arcebispo Dom Maurício Grotto de Camargo, na última sexta-feira (21). O documento disciplina a realização dos ritos litúrgicos dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, conforme estabelecido pela Reforma Litúrgica de 1970.

Motivação e respaldo canônico

De acordo com o arcebispo, a decisão foi tomada após relatos de que sacerdotes – incluindo alguns suspensos de suas funções religiosas – estavam realizando celebrações em residências de fiéis. “Alerto que se trata de um ato de desobediência e de falta de comunhão com nosso governo pastoral, passível de punição”, enfatiza Dom Maurício na carta.

A determinação da Arquidiocese encontra respaldo na Carta Apostólica Traditionis Custodes, assinada pelo Papa Francisco em 16 de julho de 2021. O documento reforça que a realização das celebrações litúrgicas deve estar sob a supervisão e autoridade do bispo diocesano, restringindo o uso da liturgia anterior à reforma de 1970.

O que são as missas tridentinas?

A missa tridentina foi estabelecida pelo Concílio de Trento em 1570 e caracteriza-se pelo uso exclusivo do latim, língua que deixou de ser utilizada nas celebrações oficiais da Igreja no século XX. Nesse formato, o sacerdote realiza o rito de costas para os fiéis, e a participação dos presentes é limitada a orações interiores e silenciosas. Os textos sagrados são lidos apenas pelo sacerdote e um auxiliar.

Em 2007, o Papa Bento XVI permitiu que essas celebrações ocorressem em ambiente privado e sem a presença de fiéis, ou, em casos excepcionais, dentro de paróquias que tivessem um número considerável de adeptos. Contudo, essa permissão foi revogada pelo Papa Francisco em 2021, tornando mais restrito o uso da liturgia tridentina.

Punições para o descumprimento

Os sacerdotes que desobedecerem à determinação da Arquidiocese estão sujeitos a penalidades que podem incluir a proibição de exercer atividades sacerdotais, demissão do estado clerical e até mesmo excomunhão, conforme previsto no cânon 1371 do Código de Direito Canônico.

“Essas medidas visam evitar abusos, tais como negar a validade do II Concílio do Vaticano e da CNBB, apoiar o movimento sedevacantista e permitir que a comunhão plena e a unidade eclesial prevaleçam em nossa Arquidiocese, evitando desgastantes e nocivas divisões entre os fiéis”, conclui Dom Maurício na carta divulgada aos religiosos e fiéis.

A Arquidiocese de Sant’Ana, responsável pela região, também abrange as dioceses de Águas de Santa Bárbara, Arandu, Areiópolis, Anhembi, Avaré, Botucatu, Bofete, Borebi, Conchas, Cerqueira César, Iaras, Igaraçu do Tietê, Itatinga, Laranjal Paulista, Lençóis Paulista, Macatuba, Ourinhos, Pardinho, Pereiras e Pratânia.

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