Avaré

Comissão que analisa doações de terrenos pode ser motivo da transferência de servidora

A Câmara de Vereadores arquivou na terça-feira (8) o pedido de cassação do mandato do prefeito Joselyr Benedito Costa Silvestre (PTB) por quebra de decoro ao transferir a servidora Priscila Rodrigues Pedroso Ferreira da secretaria de Indústria e Comércio para a da Saúde.

Em sua defesa o prefeito não explicou o motivo da mudança da servidora, apenas afirmando que tem o poder de mudar o local de trabalho dos funcionários públicos de acordo com a sua vontade.

Vereadores que fazem oposição ao governo de Jô Silvestre afirmaram durante a histórica sessão extraordinária que o motivo da transferência não foi simplesmente retirar o esposo de Priscila, o ex-vereador Jair Canovas, da Casa do Cidadão e sim por outra situação.

Ernesto Albuquerque (PT) afirmou que o fato de Priscila ser presidente de uma comissão que analisa as doações de terrenos, no distrito Industrial, pode ser o motivo real da transferência da servidora. O vereador não disse o nome do beneficiário do terreno que teria feito pressão no prefeito com medo de serem descobertas irregularidades no uso do espaço.

“Assim que o terreno é doado começa um trabalho de acompanhamento. Dentro da lei o empresário tem até três meses para começar a construir, no total de um ano e meio (a empresa) já tem que estar funcionando e com funcionários registrados”, disse Priscila em seu depoimento a CP.

Priscila explicou ainda que o serviço de análise das doações ficou defasado nos últimos anos e que a comissão detectou que empresários receberam terrenos e não investiram adequadamente. “Várias situações ali dentro estão irregulares. Alguns construíram residência, que não é a finalidade, e a comissão é obrigada a dizer a verdade”, finalizou a servidora pública.   

Albuquerque não disse o nome do empresário que recebeu doação e que utiliza para fins pessoais, mas afirmou que ele estaria presente na sessão extraordinária e que o real motivo da transferência era afastar a servidora da comissão.

“Pressão de pessoas que utilizam de área doada pela Prefeitura, que constroem sua empresa, sua casa e área de lazer na área doada. Eu acho que existe aqui, de todas as pessoas presentes, alguém que tenha feito isso”, disse Ernesto, sobre os motivos da mudança do local de trabalho da servidora.

Membro da base do governo Jô, Roberto Araújo refutou as insinuações de perseguição à servidora por ser presidente da comissão e afirmou que todos os imóveis que são doados pela prefeitura passam pelo crivo da Câmara.

“Nada é aprovado sem o consentimento dos 13 vereadores. Por mais que a Priscila tivesse algum conhecimento naquela matéria não vai adiantar se essa Casa de Leis não fizer a sua avaliação e declinar a aprovação ou não”, afirmou Araújo.

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